sábado, 11 de novembro de 2023

O colo de Deus...

 

Dali, eu via o mundo

Saltava pelas montanhas

Lutava com gigantes 

e os vencia...

Pendurado nas estrelas 

o meu baloiço voava.


Ali, nesse castelo, 

de muralhas de aço

nada me atingia

nada me feria.


No topo do Mundo,

no colo de Deus

eu era maior

eu era mais forte


E era rei

Imperador

Dono do mundo

e tudo eu era...


Quem dera agora,

como outrora

esse castelo,

essa coragem

do topo do Mundo

do colo de Deus


Quem me dera agora

como outrora

o colo de Deus

no colo de minha mãe.

 

segunda-feira, 16 de outubro de 2023

Um certo dia..

 

 

Uma manhã virá em que não quererei acordar
nalgum inverno frio onde não saberei viver
e voltará o medo que já viveu em mim
vindo dum tempo que julgava esquecido.
 
Que eu tinha medo de perder-te e te perdi
e o tempo, doce engano, me enganou.
Não eram nossos os dias nem as horas
tão pouco garantidos os afetos.
 
Sem desculpas, sem ao menos avisar-me
saíste, longo dia era janeiro.
As lágrimas sufocavam o meu peito
e o espanto era tudo o que restava.
 
A noite transformada em tempestade
gemia como um pássaro ferido
e o uivo do vento que gritava
chamava o teu nome o tempo inteiro.
 
E se no sono ainda tenho os teus abraços
no refúgio onde dorme o nosso amor
acordada duras provas são as minhas
e um vazio que não sei mais suportar.
 
O cansaço sem o teu abraço não se acalma
e o futuro sem a tua voz não tem sentido
Se ninguém me espera porque foste embora
não quero mais ficar onde não estás.
 
Haverá um dia em que não me importe com quem fica
um dia em que só me importe quem já se foi…
 
Haverá um dia...

sexta-feira, 11 de agosto de 2023

De mãos fechadas

 

Um dia ao amanhecer/anoitecer virás bater à minha porta

e eu não abrirei.

Pensarás que sou indelicada

ou quem sabe, não ouça mais o teu chamado.

 

Depois ao anoitecer/Um dia ao amanhecer virás de novo

e de novo não te responderei.

Por certo já estarei para lá deste destino

e nem me importe mais que tenhas vindo.

 

Tantas vezes o vento me enganou,

ou a saudade, ao ir abrir-te a porta.

Era-me importante que viesses,

mas de ti, nem sinais havia.

 

Não venhas agora, pois que já não estou

Nem chames porque a casa está vazia

As portas e janelas se fecharam.

E o tempo que não tinhas já não o quero.

segunda-feira, 3 de abril de 2023

Evasão

 

Já sei como se chega à madrugada

sem passar pela noite adormecida

mergulhar na imensidão salgada

sem pisar a areia entristecida.

 

Já sei como se chega à liberdade

sem pisar o chão da escravidão.

Escapar das leis da ambiguidade

que fazem deste tempo servidão

 

O meu pensamento embalado

nas minhas asas de vento

levam num grito abafado

toda a voz, que tenho dentro.

 

Sei como partir e regressar

sem nunca me perder pelo caminho.

Voltar quando quiser ao meu lugar

como quem volta ao velho ninho.

 

E o meu pensamento embalado

nas minhas asas de vento

levam num grito abafado

toda a voz, que tenho dentro.


quinta-feira, 1 de setembro de 2022

Quem dera esquecer-te...

 

Procuro-te louca, madrugada dentro.

Revolta a cama, desfeita em sofrimento.

Sabes que te amo e por sabê-lo humilhas

a alma que te entrego sem pudores.

 

Húmido e frio o chão e os pés descalços,

o corpo a ser vencido por cansaços.

Espreito nos bordéis, nos cantos mais imundos

Onde se esconda o teu vulto adorado.

 

Descubro-te entre murmúrios de desejo

por essa mulher que prendes no teu beijo.

No peito o grito e o calado espanto

corro alucinada, não sei já o que sinto.

 

Meus pés não sentem mais o frio da calçada

e os restos da minha alma esfarrapada

arrastam-se pelo caminho do desgosto

escondidos num silêncio que me rasga.

 

Quero que me mate a dor que me causaste

e se apague em mim o amor que um dia amaste.

Que venha a loucura piedosa e me alucine

pra que tudo acabe e acabe este tormento.

22.04.2012 01,18h


sexta-feira, 19 de agosto de 2022

Ainda quero...

 

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O colo de Deus...

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