Do meu corpo nascem poemas cantados .
A cada toque, a pele responde com um grito surdo,
meio gemido,
meio lamento
meio sussurro
meio tormento.
A cada beijo, reinvento-te,
reinvento-me.
Saboreio-te como saboreio o poema,
letra a letra,
palavra a palavra,
rima a rima
ou rima nenhuma
mas lenta e suavemente
como tango dançado à luz do luar
em noite de verão.
Depois, volto e ler-te
e afago lentamente as palavras
que te acendem a paixão
e que te prendem a mim.
A ti me colo,
meu poema meio escrito,
por vezes gemido,
outras sussurrado,
e assim adormeço,
sem saber se durmo
ou apenas descanso
nesse teu colo feito cama,
só para me receber.
©Graça Costa
imagem da web
Quem me dera ser poeta!Em dois dias, dois belos e sensuais poemas! Este da Graça Costa duma sensualidade de corpo e palavras num só tronco, o da Fátima Rodrigues, apaixonadamente desesperado. Espero lê-las muitas vezes para meu deleite1
ResponderEste espaço, que parece um pouco adormecido com a voz sem voz da girafa, está a despertar como cantinho poético, graças à acção de alguns seus colaboradores que descobriram essa bela via de comunicação. Um aceno especial para a Graça Costa e Fátima Rodrigues, duas distintas musas dessa arte. Obrigado a ambas e Parabéns pelo génio que as acompanha.
ResponderParabéns, assim é um prazer consultar este blogue.
ResponderMuito obrigada pelo incentivo e um enorme bem haja por "me lerem" Fernando Rodrigues, Joaquim Tapadinhas e Diamantino Reis.
ResponderEstou como o amigo Fernando Rodrigues: quem me dera ser assim (acrescentei o assim) poeta.
ResponderMaravilha! Parabéns!
Obrigada pela generosidade do comentário Francisco.
ResponderAndo a aprender a "dançar" com as palavras e é uma aprendizagem saborosa, devo dizê-lo